Final-mente. Medo e frustração.
O medo está ligado á frustração,
inevitavelmente. O medo sempre é maior do que o real. Ou não? Por
que esta presão no peito?
Angustia.
Boom – boom.
Boom – boom.
A energia corre pelas minhas veas e
noto a presão da energia a querer sair.
É impossível não ter medo.
Look at me.
Boom – boom.
Boom – boom.
Corte, medo, corre. E eu fico aqui
sozinha. Sozinha entre todos os sozinhos do mundo.
Por que é que fazemos as coisas?
Por que é que não as fazemos?
Por que é que calamos?
Por que é que ficamos?
Por que é que amamos?
O medo is everywhere. Não sei.
Eu quero ter medo. Sinto-me livre e
viva. O medo é real. Sinto o presente. Sinto o destino do mundo que
não existe.
É uma merda mas é.
As coisas bonitinhas do mundo também
geram medo em mim, em nós. As flores, o riso, a alegría, o amor.
O medo é um instinto de
supervivencia, mas por que é que continuamos a te-lo quando não
temos que sobreviver?
As vezes sinto que a Terra traga-me, a
areia começa a rodear tudo o meu corpo e não há ração.
Outras pessoas deveríam falar do
medo, do seu medo que é final-mente o medo de todos. O medo de
tudo.
O medo é frustração e é inxustiza,
é estratexia, é (des)humanidade, é desafío, desexo, criação.
Merece la pena?
Baseado em Mia Couto Há quem tenha medo que o medo acabe